Comandos e Manobras do Rafting

TÉCNICAS DE RAFTING


Remansos: podem tanto aparecer no meio do rio, atrás de pedras, de refluxos ou em regiões de transição de corrente, como nas margens dos rios. São regiões onde a água pode estar parada, agitada ou até em direção contrária ao rio.
Refluxos: são movimentos pelos quais a água passa sobre um obstáculo ou um ponto de desnível e cai em um buraco, ou em um platô, provocando movimentos de turbulência no sentido contrário à corrente.
Tipos de refluxos
Abertos: são os menos perigosos, pois a formação em "U" possibilita alcançar correntes no sentido e se desprender ou ainda sair pelas laterais
Retos: formam-se normalmente depois de barragens e em formações perfeitas. Alguns podem ser difíceis de se transpor pelo centro, mas sempre é possível se buscar as laterais para se sair. É necessário alertar sobre os refluxos após represas, pois eles representam um dos maiores perigos dos esportes de águas brancas, devido a formação perfeita dos movimentos rotatórios da água que não abre brecha para uma escapatória. Sendo assim devem ser evitados e não devem ser transpostos.
Fechados: com formação em "V", representam um perigo maior, pois a tendência é sempre voltar para o centro, restando apenas escapar pelo centro o que se torna muito difícil. 
Diagonal: se forma na diagonal do rio e são fáceis de se sair
Classificação dos Rios
Os Rios são divididos em 6 classes que variam de I a VI ,de acordo com seu perigo e dificuldade. As corredeiras de maior volume tem como característica a grande quantidade de ar misturado a água, que somado ao movimento irregular da correnteza, dificulta muito a flutuação. As corredeiras com menor volume de água, em alguns casos também podem apresentar baixa flutuação e tem o agravante das pedras, que ficam mais expostas e aumentam o risco de impacto.
Classe I: Para novatos. A correnteza é leve, com poucos obstáculos. Podem haver pequenas ondas.
Classe II: Para iniciantes. Corredeiras fáceis com ondas acima de 1 metro de altura e largura, lisas e estáveis. Canal aberto com caminhos óbvios. Não há necessidade de fazer o "Scoult"(caminhar pela margem do rio para definir o melhor trajeto). Há necessidade de conhecimentos básicos.
Classe III: Para intermediários. Corredeiras com ondas altas e irregulares, passagens estreitas que requerem manobras mais complexas. Fácil de capotar.
Classe IV: Para avançados. Corredeiras geralmente longas e difíceis, com passagens que requerem manobras precisas em águas muito turbulentas. É necessário realizar o "Scout". O resgate se torna mais difícil.
Classe V: Para avançados. Corredeiras extremamente difíceis, muito violentas e geralmente longas. Passagens obrigatórias. É imprescindível o "Scolt" e os participantes que querem descer devem ter experiência em resgate . Deve-se montar sempre um esquema de segurança com os companheiros nas margens do rio nos pontos mais perigosos, todos munidos de equipamentos de segurança como cordas de salvamento e mosquetões.
Classe VI: Para extremos. Dificuldades iguais aos da classe V, mas com condições de navegabilidade extremas. Deve ser descida apenas por equipes altamente experientes e todas as precauções devem ser tomadas.
Botes: Formato oval, com tubos divididos por anteparos em 04 compartimentos independentes, para continuar flutuando mesmo furado.Cada compartimento possui uma válvula válvulas similares, funciona pressionando e girando a peça interna.As Bisnagas são tubos inflados que cruzam o bote, sua função é manter distância entre os tubos principais e fixação dos tripulantes.O fundo é inflável e auto-esgotante, existem furos por onde a água escoa para fora do bote.Possui anéis "D" para fixa corda externa ao bote e equipamentos internamente.Os finca pés são peças com formato anatômico para fixação dos pés colados no fundo do bote.
Finca-pé: Os finca pés são peças com formato anatômico para fixação dos pés colados no fundo do bote.
Remos: equipamento de propulsão, possui uma cruzeta ou empunhadura, serve para controlar o ângulo da pá e segurar o remo com mais firmeza.
Coletes salva-vidas: Seu material de flutuação deve ser de espuma de células fechadas, revestida de material resistente como nylon ou cordura e devem possuir uma combinação de fecho de nylon com fitas e ziper.
Corda de resgate: É composta de um saco de nylon e uma corda maleável acomodado em seu interior. Este equipamento deve estar sempre próximo do guia. O segredo para o bom funcionamento deste equipamento é a maneira correta de se colocar a corda na sacola.
Mosquetões: ferramentas de uso múltiplo usadas para prender equipamentos ou cabos e podem substituir roldanas em resgates com cordas.
Faca: pequena presa ao colete, é extremamente importante par emergências
Flip-line: fita tubular de 5 à 7mm presa a cintura com duas voltas, possui duas argolas feitas da dobra da fita uma em cima da outra lacradas através de costura.Possui múltiplas funções como desvairar o bote, ancorar bote ou uma redução.
Roldana: facilita reduções para resgate e encalhes.
Apito: é um equipamento que realmente chama a atenção e pode ser utilizado para sinalizar vários tipos de situação.

SCOUT:

1- Caminhe: pela margem do rio até ter completa visibilidade da corredeira.
2- Analise: se é possível passar e se não existe um risco muito grande. Nesta fase é importante que todos os que vão descer estejam cientes das dificuldades e optem por descer ou não.
3- Formule: o plano de descida, a linha a ser seguida, as manobras a serem executadas e lembre de traçar um plano alternativo caso algo dê errado.
4- Execute: o plano com convicção. Portagem: algumas corredeiras devem ser evitadas por serem perigosas ou em determinados níveis se tornarem perigosas,para isso se realiza a passagem por fora do rio caminhando e carregando os equipamentos

SE O BOTE CAPOTAR:

1- Garanta a sua segurança, mantenha- se em condições.Não solte seu remo.
2- Cheque imediatamente se não há alguém em pânico ou em perigo extremo, se isso ocorrer proceda imediatamente o salvamento desta pessoa.
3- Desvire o bote o mais rápido possível, conectando sua Flip-line no cabo externo do bote, fique de pé sobre o tubo oposto ao clipado e provoque o giro do bote.
4- Inicie o resgate pela pessoa mais próxima (ela vai poder ajudá-lo), e depois passe para os que estão mais longe.
5- Se outra corredeira estiver se aproximando proceda o resgate mesmo com o bote virado.
Dica: neste momento o que vale é o bom senso, as regras são apenas um roteiro que pode ser mudado.
Nadando: Caso você ou um passageiro caia na água a primeira atitude é ficar em posição de natação. Pés para frente para se proteger de impactos contra pedras. Mantenha os braços no peito mas solte-os para manter ou mudar a sua direção. Procure não soltar o remo e depois de estabilizada a situação tente ir para a margem nadando de costas ou até de frente se o local permitir .
Recomendações importantes: Nunca tentar ficar em pé na correnteza, pois o pé pode ficar preso entre duas pedras. Não ficar em pé na água em hipótese alguma.Quando cair na água relaxar.
Resgate com corda: A corda de resgate é um equipamento extremamente útil em um resgate, mas seu uso não é tão simples como parece.
Lançando o cabo: O primeiro passo é tentar o contato visual com o nadador, e gritar para ele "CABO". Outro ponto crucial é encontrar uma posição quando na margem (A), levando em conta a força da corrente e a característica do terreno. Ficar perpendicular em relação ao nadador e a corrente facilitam o resgate.
No lançamento acerte o alvo no primeiro arremesso, levando-se em conta a corrente e outros obstáculos que possam dificultar o arremesso. Nunca lance o cabo no desespero. Sempre que terminar o resgate , recolocar a corda imediatamente na sacola, de maneira a estar pronta para outro resgate principalmente se você estiver no bote, pois cabos soltos são muito perigosos.
Dica: sempre lance o cabo abaixo do nadador, pois a corrente da superfície é mais lenta e o nadador chegará até a corda. Treine os arremessos em terra, em alvos fixos.
Recebendo o cabo: Caso você receba uma corda de segurança segure a corda por cima do ombro para que a cabeça não fique dentro da água e ajude batendo as pernas nadando de costas.
Encalhe: No caso de um encalhe a primeira atitude é estabilizar a situação, a tripulação deve estar se possível em local seguro e o bote estabilizado. A partir daí se iniciam os procedimentos para o desencalhe.
Analise a situação, verifique para que margem o bote está virado, quais obstáculos estão abaixo, qual a facilidade para ancoragens, qual a direção será mais fácil para remoção.Escolha um líder e inicie a operação conectando uma corda no bote. Proceda com muito cuidado para não ser arrastado pela corrente, quando colocar a ancoragem.Alguns sistemas de resgate produzem uma força tremenda que os anéis "D" não suportam. Considere outros pontos de ancoragem como o fundo , os tubos ou distribua a carga em vários anéis"D".

TÉCNICA DE REMADA

Remada e frente: Para um bom rendimento é fundamental que a pá fique inteira dentro da água. O movimento inicia-se bem a frente terminando ao lado do corpo. Deve-se usar o tronco para auxiliar na remada, através do movimento rotatório.
Remada em ré: Utiliza o mesmo princípio, só que remando ao contrário e com as costas da pá. Remada alternada.: Com a ajuda de toda equipe é possível girar o bote rapidamente através dos comandos direita ou esquerda ré. Quando se pede este comando o lado oposto continua remando frente.
Exemplo: Direita ré / Esquerda frente.
Varredura: Serve para mudar a direção do barco. Coloque o remo o mais horizontal possível, sem tirar a pá da água e dê uma remada ampla e forte. Funciona muito quando se quer mudar de direção sem a ajuda dos passageiros ou quando se tem que fazer uma correção maior.

COMANDOS

Os comandos são dados pelo instrutor ou quem guia o bote de acordo com a manobra necessária. É fundamental que todos remem coordenados, acompanhando os dois remadores posicionados na frente do bote ( responsáveis pelo ritmo) sempre prestando atenção um ao outro .
Os comandos de remada são cinco:
Frente: todos no bote remam em frente.
Ré: todos no bote remam em ré.
Direita ré: as pessoas do lado direito do bote remam em ré, os da esquerda em frente.
Esquerda ré: as pessoas do lado esquerdo do bote remam em ré, os da direita em frente.
Parou: todos devem parar de remar sem soltar o remo, principalmente a mão que segura a cruzeta.

OUTROS COMANDOS UTILIZADOS SÃO:

Piso: todos devem se ajoelhar ou sentar dentro do bote mas devem continuar remando. Este comando serve para dar maior estabilidade no bote, geralmente utilizado em quedas grandes.
Peso à direita ou à esquerda : Caso o bote suba de lado em alguma pedra, os tripulantes devem se colocar no lado mais alto do bote .
Quando o bote encalha e tende a virar deve-se mudar todo o peso para o lado mais alto do bote. Se for possível antecipe a manobra.
Técnicas em corredeiras: O primeiro passo é como se localizar no rio. Sua localização sempre é definida pelo sentido da correnteza. À direita ou à esquerda são sempre em relação à correnteza e não à sua posição.(A) Rio Acima, (B) Rio Abaixo, (C) Margem direita, (D) Margem esquerda
Inércia: O bote mais as pessoas, formam um conjunto muito pesado que cria uma inércia muito grande, e que deve ser considerada na hora da manobra. Quanto maior a velocidade maior a inércia, logo procure sempre diminuir a velocidade do bote e antecipar ao máximo a manobra para que a inércia não o leve para fora de sua linha provocando um capotamento ou um encalhe.
Manobras principais: Existem duas manobras principais utilizadas para descer um rio. Estas manobras tem uma série infinita de combinações e nomes para estas variações, mas vamos apresentar apenas as principais .
Ferrying: É utilizado para se movimentar lateralmente dentro do rio ou atravessar uma corredeira sem que o bote desça o rio. A posição do bote em relação a corrente deve ser estabelecida de acordo com o sentido da corrente e o ponto a onde se quer chegar. De acordo com a velocidade da água e os obstáculos no caminho pode se optar em executar o ferrying, de frente de ré.
Giro: É muito utilizado para auxiliar nas manobras no meio das corredeiras. Através de remadas a ré e a frente, alternadas entre o lado direito e o esquerdo, o bote gira rapidamente desviando de obstáculos, e se posicionando para tomar uma nova direção inclusive para se fazer um ferrying rapidamente.

AS PRINCIPAIS MANOBRAS NO RAFTING

Praticar rafting em um final de semana requer alguns procedimentos básicos, geralmente dados pelo instrutor responsável no local de descida de um rio. É ele quem vai na parte de trás do bote, transmitindo comando aos remadores de primeira viagem.
São comandos de remada: "para a frente", significa que todos devem remar para a frente, a fim de ganhar velocidade; "para trás", no caso de frear ou desviar de um obstáculo; e por aí vai.
O grupo a bordo do bote deve estar atento às instruções do líder e remar em sincronia. Ninguém fica parado, segurando o remo por cima do cabo para evitar qualquer acidente.
Quedas do bote acontecem. Os instrutores orientam as pessoas a ficarem em uma posição de forma a ajudar o resgate, pelo cabo do remo ou por uma corda. O bote também pode virar, o que requer ainda outras técnicas para voltar à posição normal.
Não é preciso fazer um curso, mas quem quiser especializar-se para participar de expedições ou partir para o rafting competitivo, pode entrar em contato com empresas especializadas. Escolha uma descida com grau de dificuldade compatível com sua experiência.
Lembramos que o rafting é um esporte de equipe, onde todos remam e participam ativamente na condução do bote.
Manobras mais freqüentes em uma descida:
Esquerda ré - o bote vai para esquerda; quem está à esquerda rema à ré e quem está à direita rema à frente.
Comandos e Manobras do Rafting
Esquerda ré
Direita ré - o bote vai para direita; quem está à esquerda rema à frente e quem está à direita rema à ré.
Comandos e Manobras do Rafting
Direita ré
Peso à esquerda ( ou Peso à direita) - a tripulação se inclina para o lado indicado; serve para facilitar manobras e evitar que o bote vire.
Comandos e Manobras do Rafting
Peso à esquerda ( ou Peso à direita)
Piso - Todos se sentam no chão do bote e seguram na corda que passa na borda do bote. É este o recurso usado em grande quedas.
Comandos e Manobras do Rafting
Peso à esquerda ( ou Peso à direita)